Padrões internacionais do comércio: Por onde começar?
Para manter-se competitivas no mercado, fato é que as empresas precisam se adequar às normas básicas pré-existentes e implementar os padrões internacionais do comércio em todos os seus procedimentos e produtos.
No mercado internacional, esses padrões são ainda mais necessários para que uma empresa consiga operar de forma segura, atendendo aos requisitos exigidos em relação à qualidade de seus produtos e serviços.
Atualmente, temas voltados para sustentabilidade e condições de trabalho, por exemplo, estão em evidência no mercado internacional.
É imprescindível que a empresa opere não só de acordo com as leis trabalhistas e ambientais, mas que engajem fornecedores e prestadores de serviços que também atuem dessa forma, em observância aos padrões internacionais do comércio.
O nível de detalhamento é alto, o que torna a medida um desafio para muitas empresas, mas feito o trabalho inicial de identificar e aplicar as melhorias, a empresa estará apta para operar no mercado global, o que lhe trará maior visibilidade e melhor posicionamento perante seus concorrentes.
O que são padrões internacionais do comércio?
A padronização é aplicada tanto para o produto quanto para os serviços desempenhados dentro da empresa entre os departamentos.
Nesse sentido, a adequação envolve cinco aspectos que estão basicamente ligados aos pontos mais estratégicos de qualquer empresa, são eles:
1. Produto e/ou serviço fornecido;
2. Qualidade;
3. Automatização;
4. Competitividade; e
5. Contabilidade.
Quanto ao produto, esse deve atender a requisitos como embalagem, certificação ISO e funcionalidades. Além disso, a qualidade deve possuir um manual e os processos para os padrões internacionais de comércio devem ser documentados.
Automatizar procedimentos ajuda consideravelmente a mitigar erros e riscos através de Inteligência Artificial. Manter-se competitivo requer responsabilidades socioambientais, redução de desperdício de resíduos e sua destinação correta. Além disso, a contabilidade deve apresentar relatórios e demonstrativos com normas internacionais facilitando o entendimento para eventuais investidores, atuais ou futuros.
É importante contar com pessoas capacitadas e cujo domínio em assuntos de comércio exterior colabore para facilitar as tratativas internacionais.
Por fim, antes de iniciar os trâmites logísticos no comércio exterior, é necessário definir previamente qual INCOTERM (Termo Internacional de Comércio) será utilizado na transação, forma e prazo de pagamento, local de embarque e desembarque dependendo do modal e exigências aduaneiras - tanto no país importador quanto exportador etc.
Qual é a função da OMC?
A Organização Mundial do Comércio (OMC) é o órgão que regula os acordos e regras no mercado internacional envolvendo padrões internacionais do comércio.
Atualmente, são 164 os países membros e sua sede fica em Genebra, na Suíça. Inglês, francês e espanhol são os idiomas oficiais utilizados.
Entre as principais funções da OMC estão, por exemplo, revisar e administrar as políticas e acordos comerciais entre os países membros, estabelecer fóruns para negociações entre os países e manter a coerência na política econômica em escala global.
Como adequar a minha empresa aos padrões internacionais de comércio?
Toda empresa busca apresentar diferenciais no seu negócio, mas existem determinações que devem ser cumpridas de acordo com os padrões internacionais do comércio.
Na exportação é importante averiguar informações que determinam a aceitação do seu produto ou serviço no mercado alvo, pois as exigências aduaneiras ou técnicas do produto podem variar e resultar em obstáculos.
Pesquise sobre o tratamento administrativo para a exportação do seu produto
O tratamento administrativo na exportação é aplicado de acordo com o tipo de produto. A SECEX (Secretaria de Comércio Exterior), o SECINT (antigo MDIC) e outros órgãos governamentais são responsáveis por determinar as análises e anuências de cada produto.
As exigências são estabelecidas de acordo com a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) da mercadoria, assim como restrições e demais requisitos.
Os procedimentos são exigidos e verificados pela Receita Federal, órgão responsável pela fiscalização de mercadorias que entram e saem do país.
Cargas de alimento dependem de anuência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por exemplo, que estabelece requisitos em relação à qualidade e manuseio que o exportador deve atender.
Produtos como remédios ou cosméticos e certos alimentos são regulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Além disso, os brinquedos são de responsabilidade do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e, dependendo o tipo do produto, poderá ter mais de um órgão governamental envolvido.
Determine os novos mercados e conheça suas peculiaridades
O Brasil é um grande exportador de commodities, porém os países de destino possuem tratativas diferentes para cada produto, principalmente quando se trata de alimento.
Existem culturas, como a árabe, que exigem padrões internacionais do comércio inclusive para o abate de frango, ou países que exigem um representante (em geral veterinário) presente acompanhando a criação dos animais, qualidade da ração etc.
Aspectos como a contratação de fretes internacionais específicos para sua carga e se no local de entrega no país destino a estrutura é adequada para receber e armazenar a mercadoria também são aspectos que exigem atenção e planejamento.
Além disso, existem períodos no ano com maior ou menor demanda. Isso impacta diretamente no lead time da sua operação.
Saiba qual é a sua capacidade produtiva
Ao iniciar no mercado internacional com exportação, um dos pontos fundamentais é vender conforme a capacidade que sua empresa consegue produzir.
É um erro grave do exportador comprometer-se com uma quantidade que não pode entregar simplesmente para garantir a venda. Afinal, atraso ou incapacidade de entregar a encomenda resulta em perda da credibilidade em outros países, comprometendo sua futura atuação nas exportações.
Por fim, a capacidade produtiva envolve desde maquinários à quantidade de pessoas contratadas no processo fabril.
Adote ferramentas para a gestão da qualidade
A gestão da qualidade deve ser requisito básico no processo produtivo de qualquer empresa. A partir do atendimento dos requisitos técnicos exigidos, pode-se evitar muitos problemas futuros.
Existem alguns métodos utilizados para atender os padrões internacionais do comércio e principalmente resolver problemas graves como os recalls, bastante comuns no meio automotivo.
O diagrama de Ishikawa, conhecido também como Espinha de Peixe, possibilita a visualização de vários fatores ao mesmo tempo para resolver problemas de alta complexidade.
Além de mostrar as várias causas para um único problema, essa ferramenta pode ser utilizada para planejamento futuro como forma de alcançar os resultados almejados.
Outra ferramenta diz respeito à Matriz de Causa e Efeito, que foca diretamente na identificação da raiz do problema relacionado a dados qualitativos, como num processo ou atividade.
Elabore seu plano de internacionalização com o SEBRAE
O nível de detalhes que devem ser atendidos para alcançar os padrões internacionais do comércio são elevados e indispensáveis. Isso garante a segurança e qualidade dos produtos que circulam no mundo todo.
Visando a rentabilidade do seu negócio, o SEBRAE oferece o programa Go To Market, especialmente para empresas que buscam a presença global de suas marcas.
O Go To Market é a união entre o INTERCOMP, da FIESC, e o SC + Global, do SEBRAE/SC, e possui como objetivo fortalecer a internacionalização de pequenas empresas participando ativamente na sua estruturação.
São oferecidos conteúdos voltados para importação, exportação, joint ventures, franquias, investimento direto e indireto, tudo sempre em busca de qualificar sua empresa através de consultorias especializadas de acordo com o seu negócio.
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