Uma das forças do empreendedorismo feminino é a construção de uma rede feminina de desenvolvimento, troca e apoio. Isso acontece porque as empreendedoras têm um perfil de liderança mais inclusivo e empático, o que favorece o fortalecimento das mulheres como um todo.
Quando falamos da realidade do empreendedorismo feminino no Brasil, percebemos que as empreendedoras costumam empregar um maior número de mulheres. Ainda que empreender seja uma atividade solitária – 60% dos negócios comandados por empresárias não contam com funcionários, segundo dados do Instituto Rede Mulher Empreendedora, IRME, de 2019 – quando empreendedoras contratam, elas preferem profissionais do mesmo gênero. Entre as empresárias que possuem quadro de funcionários no seu negócio, 29% têm maioria feminina e outros 29% têm a equipe formada apenas por mulheres.
Essa característica gera empregos e oportunidades para muitas mulheres, consolidando o empreendedorismo feminino como uma ferramenta de transformação importante na vida profissional, econômica, pessoal e social. Conforme a conclusão do estudo do IRME, o sucesso de uma empreendedora representa o sustento de muitas famílias, gerando um ciclo positivo que traz renda e investimento em educação para todos os familiares.
Na formatação do quadro societário das empreendedoras, também há uma tendência à formação de parcerias entre elas. De acordo com pesquisa do mesmo instituto, de 2021, entre as empresárias que estabelecem uma sociedade, sete em cada dez possuem sócias mulheres.
Empreendedoras empregam mais mulheres
Os números podem parecer tímidos, mas representam um avanço na inclusão e equidade de gênero capitaneada pelo empreendedorismo feminino. Principalmente, quando comparamos os dados de empresas lideradas por mulheres aos empreendimentos comandados por homens. Enquanto 83% das empresárias têm ao menos metade do seu quadro de funcionários composto por mulheres, empreendedores homens têm apenas 63%. E somente 21% dos negócios liderados por homens têm maioria feminina entre os profissionais, segundo a pesquisa do IRME.
As empresas comandadas por elas costumam desenvolver uma gestão mais empática a questões socialmente atribuídas às mulheres, como cuidado dos filhos e atividades domésticas, criando um ambiente de trabalho mais flexível e humanizado. Mas não se trata de um simples protecionismo de gênero, as mulheres estão cada vez mais preparadas, capacitadas e comprometidas profissionalmente. Segundo o estudo sobre os indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgado esse ano pelo IBGE, elas são maioria entre os alunos do ensino superior.
Esse cenário, apesar de positivo, reflete também algumas das dores e desafios da empreendedora. Por trás do ciclo benéfico que o empreendedorismo feminino promove na vida de muitas famílias, existe uma expressão de machismo latente nas relações de trabalho que também reverbera. Segundo pesquisa do Sebrae Delas Mulher de Negócios, realizada em 2021, com 521 participantes catarinenses do programa, 46% das entrevistadas concordam que, em empresas administradas por mulheres, há dificuldade de obter o respeito de funcionários homens.
Mulheres falam a mesma língua
A empresária Juliana Heller, da LGPD Nacional Consultoria e Adequação, que participou do programa Sebrae Delas Mulher de Negócios em 2020, tem na sua empresa três funcionárias mulheres. Ela conta que procurou profissionais com conhecimento em procedimentos e políticas corporativas para atuar na sua consultoria sobre a lei geral de proteção de dados, LGPD. No processo de seleção optou por três profissionais mulheres para trabalhar na área de LGPD, no jurídico e no administrativo. Elas constituem a maioria dos funcionários da empresa, que conta com uma cartela de 70 clientes em todo o Brasil. A empresária afirma que não estava procurando especificamente por mulheres, mas não nega que é bom trabalhar com profissionais do gênero feminino. “Eu gosto de ter três mulheres na equipe. No nosso grupo, a gente troca muitas ideias, não só profissionais, mas também do dia a dia e até pessoais. Eu sinto que consigo falar melhor com elas, é como se a nossa linguagem fosse a mesma”, comenta Juliana sobre a sinergia entre as profissionais.
Sebrae Delas Mulher de Negócios acredita na conexão entre mulheres
No Sebrae Delas Mulher de Negócios, um dos fundamentos para fortalecer o empreendedorismo feminino é o pilar “Nós”, que trabalha a conexão e a consolidação da rede de relacionamento entre mulheres. Nesse pilar, tratamos de assuntos que envolvem o universo da comunidade feminina. Os conteúdos aqui trabalhados visam à conexão entre as participantes e também com outras empreendedoras, a fim de construir e fortalecer redes de empreendedorismo entre elas. Para isso, oferecemos uma cartela variada de soluções como encontros, palestras, jornadas e trilhas de conhecimento e capacitação que reforçam o networking e a criação de comunidades.
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Vamos crescer juntas?