Empreendedorismo
26 mar. 2018
A economia colaborativa pode ser o seu novo negócio
Conectar pessoas com os mesmos interesses ou que possam oferecer o que o outro precisa. Esse é o conceito de economia colaborativa que tem atraído cada vez mais a atenção de quem pensa em abrir o próprio negócio ou inovar no mercado. E não é para menos. Em um cenário de transformação das relações de consumo, ganha quem consegue conectar demandas às necessidades de forma simples e ágil.
Dois dos exemplos mais citados quando falamos nesse tema são a Uber e o Airbnb. As plataformas de transporte e hospedagem lançaram novos modelos de negócios e cresceram rapidamente. Em meio a críticas, a Uber está presente em cerca de 300 cidades de 55 países e fez surgir concorrentes como o Cabify e o Taxify. Também alvo de protestos, o Airbnb conta com quase 90 mil anfitriões no Brasil e é responsável por 2,1% dos hóspedes do país.
Modelos de economia colaborativa
Polêmicas à parte, as duas startups fazem parte do modelo de economia colaborativa conhecido como sistema de compartilhamento. Essa categoria inclui os serviços peer-to-peer (pessoa a pessoa), que são realizados sem um intermediário. Menos conhecido, o aplicativo Tem Açúcar, que facilita o empréstimo de objetos entre vizinhos, segue a mesma lógica. Já no modelo de redistribuição de produtos, os usuários comercializam ou trocam produtos novos ou usados. O objetivo é repassar o que não tem mais utilidade para que seu ciclo de vida continue. É o princípio do “recicle, reuse, reduza”. Um caso clássico é o Mercado Livre. Com cerca de 150 milhões de usuários cadastrados em todo o mundo, é um dos mais populares shoppings da internet. Outro exemplo é o Enjoei, site em que as pessoas podem vender roupas que não utilizam mais.Qual o tamanho desse mercado?
A economia colaborativa movimenta anualmente US$ 15 bilhões em todo o mundo, segundo levantamento da consultoria britânica PWC. Estima-se que até 2025 esse valor suba significativamente, para US$ 335 bilhões. No Brasil, 40% das pessoas entrevistadas pelo Movimento Cidade Colaborativa disseram curtir alguma página ligada à economia colaborativa. Os números comprovam que essa não é uma moda passageira. Pelo contrário, cada vez mais as alternativas de consumo têm sido a escolha dos brasileiros. Uma pesquisa SPC Brasil e da CNDL mostra que 40% dos brasileiros já trocaram hotéis por residências de terceiros. Para grande parte dos consumidores, a economia compartilhada torna a vida mais fácil, ajuda a poupar dinheiro pode ser uma ótima maneira de gerar renda. O Mapeamento da Indústria Criativa, estudo realizado bianualmente pelo Sistema Firjan, revelou dados interessantes sobre o tema em sua última edição, lançada em 2016:- entre as áreas criativas, consumo (44,2%) e tecnologia (36,8%) responderam por mais de 80% dos trabalhadores criativos no Brasil;
- os trabalhadores criativos têm salários superiores à média da economia. A média salarial da classe, de R$ 6.270, é mais de duas vezes e meia a remuneração média dos empregados formais brasileiros (R$ 2.451);
- entre os estados, São Paulo e Rio de Janeiro se sobressaem no mercado de trabalho criativo: são 328 mil trabalhadores paulistas e 99 mil trabalhadores fluminenses. Santa Catarina e Rio Grande do Sul também têm participação de criativos superior à média nacional.
- mantenha os custos fixos baixos – para ter bons resultados com margens reduzidas, a empresa deve contar com uma boa estrutura de custos. Isso significa, por exemplo, manter menos funcionários permanentes e terceirizar as atividades não essenciais;
- faça parcerias – Tx Zhuo, sócio de uma empresa americana de capital de risco, cita o caso da ChowNow, que oferece gerenciamento de pedidos online. Em vez de construir sua própria plataforma de entrega, lançou uma parceria com a Uber para atender as demandas. Essa alternativa ajuda a reduzir custos e alavancar os negócios.