Conheça as empresas que mais geram empregos no Brasil, as scaleups
Relatório do Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae aborda cases de sucesso
O relatório de inteligência do SIS/Sebrae apresenta os passos dados pelas startups que conseguiram sobreviver e crescer continuamente: as scaleups. O estudo também aborda cases de sucesso de empresas do gênero em Santa Catarina.
Para uma startup, boas ideias podem se transformar em grandes negócios. O desafio, no entanto, é conseguir se manter no mercado. Segundo um estudo da aceleradora Startup Farm, 74% delas fecham as portas após cinco anos de existência e 18% antes mesmo de completar dois anos.
Para conquistar sucesso na jornada empreendedora é preciso mais do que abrir uma empresa: o importante é fazê-la crescer. Toda startup busca por um modelo de negócio repetível e escalável. Mas, muitas acabam fechando suas portas por não conseguirem alcançar um crescimento sustentável. Já outras continuam crescendo e se destacando no mercado, abandonando então o status antigo e passando a ser classificadas como scaleups.
Principais características das scaleups
Conhecidas como as versões maduras das startups, as scaleups são empresas de crescimento contínuo que conseguem encontrar oportunidades significativas para o aumento da eficiência nos negócios. Segundo dados da ABStartups, elas são responsáveis pela geração de 50% dos novos empregos no país, mas o dado mais curioso é que representam apenas 1% das empresas do Brasil. Em sua grande maioria (92%), são pequenas e médias empresas (PMEs), e têm em média 14 anos de existência.
Segundo dados do mercado, as scaleups geram 100 vezes mais empregos do que outras empresas e respondem por quase 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Outro dado interessante é que elas não estão apenas nos grandes centros: 60% delas têm sedes em cidades com menos de 500 mil habitantes.
Elas também estão presentes em todos os setores, mas em maior proporção na construção civil (41,57%), no varejo (20,83%) e bens de consumo (9,87%). A maioria delas (40,45%) possui entre 25 e 49 funcionários.
Iniciativas para acelerar scaleups
Assim como as startups, as scaleups também podem ser aceleradas por meio de iniciativas que focam em seu desenvolvimento. Os dois principais programas são o Algar Ventures Open e o Programa Scale-Up Endeavor.
Realizado pelo Grupo Algar em parceria com a Endeavor, o programa de inovação Algar Ventures Open seleciona a cada ano 15 scaleups para aceleração. Todas elas, nos setores de agroindústria, energias renováveis, entretenimento, TIC (tecnologia da informação e comunicação) e turismo. Com duração de seis meses, a iniciativa oferece mentorias e conecta empreendedores com clientes e parceiros do grupo.
Idealizado pela Endeavor, o Programa Scale-Up Endeavor seleciona anualmente empresas de todo o país para receber orientações de mentores e crescer ainda mais. Em 2017, mais de 200 empresas foram apoiadas pela iniciativa, somando mais de 4 mil empregos gerados e um crescimento médio de 55%. Entre as empresas catarinenses selecionadas em 2018 estão a Barbearia Vip, o Café Cultura e a Cervejaria Schornstein.
Casos de sucesso em Santa Catarina
Confira a história de duas empresas catarinenses que conseguiram conquistar posição de destaque como scaleups:
Cata Company
Sede: Florianópolis
Eleita a PME que mais cresce no Brasil pelo ranking da Deloitte em parceria com a Exame, a scaleup Cata Company nasceu de um problema comum entre comerciantes: a falta de troco. Movida pelo desafio de desenvolver uma solução para isso, criou uma tecnologia chamada CataMoeda em 2013. Hoje, a máquina marca presença em cerca de 400 lojas de 21 estados brasileiros e Distrito Federal. De 2014 a 2016, cresceu mais de 4.500%.
ContaAzul
Sede: Joinville
Idealizada em 2011 pelo cientista da computação Vinicius Roveda, a ContaAzul consiste em um sistema de gestão online para micro e pequenas empresas. Com crescimento atual de quase 100% ao ano, a empresa, que começou a ser pensada em 2007, hoje tem 2 mil novos clientes ao mês. Em abril deste ano, anunciou um novo aporte de investimento no valor de R$ 100 milhões pelo fundo norte-americano Tiger Global Management e Endeavor Catalyst.
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*Conteúdo desenvolvido por Gabriel Rocha, jornalista.