Estudo traz o panorama do mercado de cafés e cafeterias no Brasil
Relatório do SIS/Sebrae aborda perfil do consumidor, franquias e mercado premium do café
O café é um patrimônio brasileiro tão tradicional quanto o samba ou o futebol. Segundo a Associação Brasileira de Indústria de Café (ABIC), no país, 95% da população consome o produto, tanto em casa quanto em cafeterias e lanchonetes. Por isso, o SIS/Sebrae elaborou um relatório de inteligência com o objetivo de compreender o mercado de cafés e cafeterias. Entre outros tópicos, o estudo aborda temas como panorama de consumo, perfil do consumidor, franquias e o mercado de cafés premium e gourmet.
De acordo com a Organização Internacional do Café (OIC), o Brasil é o segundo maior consumidor mundial da bebida, logo atrás dos Estados Unidos, que possui 14% da demanda mundial. Nosso país representa 13% dessa demanda, com 21 milhões de sacas ao ano. Entre 2017 e 2018 houve um crescimento de 4,8% no consumo, comparado com período anterior. A projeção é que haja um crescimento de 3,5% ao ano até 2021.
O produto brasileiro tem ótima fama internacionalmente. O mercado externo é de extrema importância para o Brasil: o país é o maior exportador de café do mundo. Na categoria “Café não torrado, não descafeinado”, nossos maiores compradores são a Alemanha (17,71%), Estados Unidos (17,57%) e Itália (10,06%). Já na categoria “Café torrado, não descafeinado”, os maiores mercados são Estados Unidos (31,47%), Argentina (14,16%) e Japão (12,90%).
Mercado de cafés especiais
Segundo estudo feito pela consultoria Euromonitor, o mercado brasileiro de café premium tem crescido de forma acelerada. Apesar disso, a maior parte do consumo doméstico ainda é de café tradicional.
As características que diferenciam o produto premium são: sofisticação na produção, seleção qualificada dos grãos, origem do grão, produção com certificado de qualidade e maior proximidade com cafeicultores. Além disso, o café premium apresenta diferenciais em termos de fragrância, sabor, acidez, corpo e no conceito final do produto.
No Brasil, o consumo anual de café premium gira em torno de 70 mil toneladas, o que representa de 5% a 10% do consumo total no setor. Esse consumo cresce 15% ao ano, enquanto o de café tradicional aumenta 3,5% ao ano.
Perfil do público consumidor
A tendência no crescimento do mercado de café premium se explica pelo aumento do número de consumidores que optam por produtos de maior qualidade. Esse público tem interesse em novos métodos de preparo, além de se preocupar com a origem do produto e a sustentabilidade na hora da produção. Eles são divididos em dois grupos:
- Coffee lovers – aqueles que vão às cafeterias e procuram um bom ambiente, com conceito por trás da entrega final do produto, e onde ocorrem trocas de experiências.
- Aqueles que consomem cafés especiais, porém compram através o varejo, seja em grandes redes de mercado, seja pela internet.
Dos consumidores de café premium, 20% pertencem à classe A, 50% à classe B e 30% à classe C. A maior parte desse público está situado na região sudeste (45%), seguida pelo nordeste (22%) e sul (17%). A maior parte dos consumidores está na faixa etária acima de 40 anos (40%). O restante tem entre 18 e 30 anos (35%) e entre 31 e 40 anos (25%).
Quanto ao gênero, 50% é formado por homens e 50% por mulheres.
Cenário de cafeterias e franquias
O estudo do Euromonitor aponta também que existem 3,5 mil cafeterias no Brasil (porém esse número sobe para 13 mil se forem contabilizados bares, lanchonetes e padarias). Esses estabelecimentos são ambientes diferenciados, que oferecem produtos variados em conjunto com outras opções de alimentação.
As cafeterias se dividem em: especializadas, não especializadas, premium, franquias de cafeterias, cafeteria brewery, cafeteria estilo série de TV e cafeterias veganas e sustentáveis. No Brasil, 66% das cafeterias são estabelecimentos independentes. Os outros 34% são franquias.
De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o mercado de franquias de cafés apresentou crescimento entre 2013 e 2016. Os pontos de vendas saltaram de 782 para 862 estabelecimentos no período. No Brasil existem 40 marcas franqueadas, sendo uma opção de investimento àqueles que pretendem ampliar a sua rede de forma mais rápida.
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*Texto desenvolvido pelo jornalista Gabriel Rocha